Assinado por Professor Doutor Gonçalves Ferreira, Doutora Maria de Lourdes Belchior, Eng. Delgado Domingos, Doutor Alfredo de Sousa e Dr. Silveira Botelho, ali se declara que: “A Universidade NOVA de Lisboa, ainda em fase de estruturação e instalação, procura desde a primeira hora orientar-se por objetivos educativos e científicos próprios de uma verdadeira sociedade democrática que se deseja construir no País”.
O documento pertence ao arquivo da Universidade NOVA de Lisboa e assinala a posição da universidade num dia cheio de emoções fortes – cinco dias e cinco noites depois daquela madrugada por que tanto esperámos, esse dia inteiro, inicial e limpo que foi o 25 de Abril de 1974, aquela véspera do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, decretado, entretanto, feriado nacional, ficaria marcada, sobretudo, pela chegada dos exilados a Lisboa: no mesmo avião da Air France, voltam o secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, os músicos José Mário Branco e Luís Cília, e ainda o futuro arqueólogo Cláudio Torres.
Além disso, como se lia na edição de 30 de abril desse ano do Diário de Lisboa, que apregoava na manchete um país “a caminho da democracia”, já começavam a tornar-se públicos os apoios à J.S.N. dos mais diversos representantes da sociedade portuguesa – da Sociedade Portuguesa de Autores até à centena e meia de cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciências, passando pela imensa massa estudantil, que anuncia a sua “adesão inequívoca ao Movimento”.